Governo de Minas prepara parceria público-privada para modernizar transporte por balsas no Lago de Furnas
17/10/2025
(Foto: Reprodução) Governo de MG estuda realizar PPP sem balsas do Sul de Minas
O governo de Minas Gerais estuda implantar uma parceria público-privada (PPP) para modernizar o transporte aquaviário no entorno do Lago de Furnas, no Sul de Minas. A proposta prevê a concessão do serviço a um operador privado, que ficará responsável por administrar, renovar e manter as balsas utilizadas diariamente por moradores e produtores rurais da região.
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Atualmente, as travessias são operadas de forma independente por cada município, com embarcações antigas e pouca estrutura. Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno, o objetivo é garantir mais segurança, conforto e regularidade.
“Hoje há uma operação precária, com balsas muito antigas. O que estamos propondo é ter um grande operador responsável por todas as travessias intermunicipais, com fiscalização mais rígida e balsas novas. É uma melhoria completa do serviço”, afirmou.
Governo de Minas prepara parceria público-privada para modernizar transporte por balsas no Lago de Furnas
Reprodução EPTV
O projeto abrange sete travessias em cidades banhadas pelo Lago de Furnas:
Pontalete, que liga Três Pontas, Elói Mendes e Paraguaçu;
Pontal Penas, entre São José da Barra e Guapé;
Fernandes, entre Guapé e Cristais;
Águas Verdes, entre Carmo do Rio Claro e Campo do Meio;
Fama, que liga o município a Campos Gerais;
Mendes, entre Campo Belo e Nepomuceno;
e Itaci, que conecta o distrito a Carmo do Rio Claro.
A expectativa é que o edital da PPP seja lançado até o fim de 2025, com leilão previsto para 2026. O governo estadual propõe uma tarifa mínima de R$ 15 por travessia e promete exigir balsas novas, cumprimento de horários e padrões de qualidade definidos em contrato.
Travessia do Pontalete é uma das mais críticas
Um dos pontos mais delicados é a balsa do Pontalete, que liga Três Pontas, Elói Mendes e Paraguaçu. O valor atual da travessia é de R$ 25, e a embarcação tem capacidade para 37 toneladas, o equivalente a quatro carros. Moradores relatam dificuldades e problemas frequentes na estrutura.
“Não tem salva-vidas suficiente, nem rádio comunicador. Se acontece alguma coisa, quem socorre são os pescadores”, contou a aposentada Suzi Oliveira.
“Às vezes só um motor funciona e temos que esperar arrumar. Isso atrasa todo mundo”, disse Marilza Batista de Souza Silva, presidente da Associação de Moradores do Bairro Pontalete.
Balsa do Pontalete, em Três Pontas
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Durante audiência pública realizada nesta semana em Três Pontas, moradores defenderam que a construção de uma ponte seria a solução definitiva.
“A balsa é um remédio amargo. O produtor rural paga para ir e voltar. A gente quer o direito de ir e vir garantido com uma ponte”, disse o empresário Tadeu Mendonça.
Discussões seguem em várias cidades
As audiências públicas têm percorrido os municípios da região para apresentar o projeto e colher sugestões da população.
Nesta quinta-feira (16), a reunião aconteceu em Campo Belo, no auditório da Secretaria Municipal de Educação. Outras estão marcadas para o dia 22, em Cássia, e 24, em Delfinópolis. Todas serão transmitidas pelo YouTube da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra).
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Três Pontas, Sérgio Victor Nogueira, destacou a importância da participação popular.
“É fundamental acompanhar de perto essas discussões e cobrar que o resultado seja o melhor para a população da região.”
Governo de Minas prepara parceria público-privada para modernizar transporte por balsas no Lago de Furnas
Reprodução EPTV
Projetos federais também atuam na região
Paralelamente, o governo federal anunciou um pacote de R$ 42 milhões para melhorar o transporte aquaviário nos lagos de Furnas e Mascarenhas de Moraes. O recurso inclui a doação de embarcações da Eletrobras aos municípios, que passam a ser responsáveis pelos contratos de manutenção e operação.
No Sul de Minas, nove cidades serão beneficiadas: Carmo do Rio Claro, Cristais, Alfenas, Campo Belo, Campo do Meio, Fama, Três Pontas, Guapé e Delfinópolis.
Com dois projetos em andamento — um estadual e outro federal —, o governo de Minas avalia uma integração futura das ações, de modo que o Estado assuma a gestão das travessias, garantindo operação padronizada e fiscalização única.
Segundo Furnas, o governo mineiro e as prefeituras devem definir em conjunto o melhor modelo de gestão e os papéis de cada ente.
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