Cirurgias são suspensas no Hospital Maria Amélia Lins, em BH; pacientes serão encaminhados para o João XXIII

  • 08/01/2025
(Foto: Reprodução)
Hospital de referência em cirurgias ortopédicas em Minas Gerais fechou o bloco cirúrgico após dano em um equipamento, que não tem previsão de reparo. Leitos vazios no Hospital Maria Amélia Lins, em Belo Horizonte Redes sociais O bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), localizado no bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, está fechado desde a última segunda-feira (6), e não há previsão de que volte a funcionar. Pacientes e funcionários estão sendo transferidos para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que terá um aumento de pelo menos 200 cirurgias por mês. Nesta quarta-feira (8), funcionários e pacientes fizeram um ato na porta do HMAL, para denunciar a interrupção de tratamentos e o cancelamento de cirurgias agendadas. “O atendimento aos pacientes ficou prejudicado. O [Hospital] João XXIII não está comportando a demanda de pacientes que atendíamos no HMAL. Há muito cancelamento de cirurgia”, disse a técnica de enfermagem Angélica Sampaio, que trabalha no bloco cirúrgico. “O Hospital João XXIII não está comportando a demanda de pacientes que atendíamos no HMAL. Há muito cancelamento de cirurgia”, disse a técnica de enfermagem Angélica Sampaio Vestido com pijama hospitalar, o operador de guincho Robson Fortunato, 37 anos, queixava-se na porta do HMAL de estar "preso", aguardando pela cirurgia, já com 24 horas de atraso. "Eu tinha uma cirurgia marcada para ontem, daqui [do HMAL] me enviaram para o pronto-socorro [João XXIII], depois me mandaram para aqui de volta para esperar porque não tem nem previsão de quando vai ser a cirurgia”, falou. “Os pacientes esperam e se preparam para a cirurgia, fazem jejum um dia inteiro, vários deles vêm de cidades do interior do estado e viajam mais de 300 quilômetros, mas, quando chegam aqui, a cirurgia é cancelada”, contou uma funcionária que não quis se identificar. Robson Fortunato queixava-se na porta do HMAL de estar "preso", aguardando pela cirurgia, já com 24 horas de atraso. Problemas estruturais Funcionários ouvidos pelo g1 contam que a falta de manutenção adequada nos equipamentos está prejudicando cada vez mais a qualidade do serviço prestado. A diretoria do hospital confirma que a instituição enfrenta "sérios problemas estruturais". De acordo com Samuel Cruz, diretor técnico assistencial, "a gota d´água para a interrupção dos atendimentos foi a danificação de uma peça do arco cirúrgico, equipamento essencial para precisão nos procedimentos cirúrgicos, em dezembro de 2024". Segundo ele, a transferência da operação foi motivada pela necessidade de resolver o problema do bloco cirúrgico do HMAL, que não tinha condição de continuar funcionando, e o espaço ocioso no bloco cirúrgico do Hospital João XXIII, que enfrenta falta de cobertura plena de equipe. O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sind-Saúde) criticou a solução encontrada pela diretoria. A entidade teme pela interrupção de atendimentos. "Já tínhamos um déficit para cirurgia ortopédica no estado. O HMAL já vivia lotado. Fechar o bloco cirúrgico será o caos total no setor de ortopedia", disse Neuza Freitas, membro da diretoria. Nesta quarta-feira (8), funcionários e pacientes fizeram um ato na porta do HMAL, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte Maíra Cabral/TV Globo Referência em ortopedia Fundado em 1947, o HMAL foi o primeiro pronto-socorro da capital mineira e é referência na realização de cirurgias ortopédicas eletivas no estado de Minas Gerais. Desde 2019, trabalha na retaguarda do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, recebendo o excedente dos atendimentos. Ao concentrar todos os atendimentos no João XXIII, os pacientes de cirurgias eletivas concorrem com os atendimentos de urgência do Pronto-Socorro. Com isso, é dada preferência aos pacientes da emergência, e os cancelamentos para os pacientes do HMAL estão sendo corriqueiros. Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) disse que "que não procede a informação de fechamento do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL)". "Os procedimentos ortopédicos de baixa complexidade e curto tempo de internação, entre 24 horas e 48 horas, que estão sendo feitos no João XXIII. Após a cirurgia, o paciente retorna para o HMAL para sua recuperação até o momento da alta", afirmou a Fhemig. Vídeos mais vistos no g1 Minas:

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/01/08/cirurgias-sao-interrompidas-no-hospital-maria-amelia-lins-em-bh-pacientes-serao-encaminhados-para-o-joao-xxiii.ghtml


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